Esta aconteceu ontem e vale escrever, pois achei interessante.
Domingão, típico de inverno paulista, muito frio, uma bela feijoada feita pela Dodo e Mara e uma torta de morango igualzinha a da Mamãe Elza.
Depois do almoço, como não poderia deixar de ser, um cochilo daqueles que são imbatíveis, reconfortante e reanimador, que futebol que nada.
Descansado, levantei às 17:00 hs e fui para casa. Depois de alguns fatos nada agradáveis resolvemos dormir. Deitamos e a dança do corpo iniciou, eu mais parecia uma linguiça na churrasqueira para encontrar o ponto de ficar tostado.
Vira de um lado e nada de dormir, vira do outro e nada de dormir. as horas foram passando. Quem mandou dormir tanto à tarde, bem feito, a noite não tem sono. Bem levantei e fui dar uma voltinha na geladeira e voltei para a cama. Como percebi que não ia dormir, a esposa decretou.....conte carneirinhos.
Eis a solução, contar carneiros, acho que iria das certo. De bate pronto ironizei, acho que se eu começar a contar, amanhã, quando ela acordar estarei mais ou menos em 3 milhões, setecentos e cinquenta mil e um carneirinhos.
Como estava bem acordado imaginei a cena do carneirinho pulando cerca, porque é uma cena única para contar os bichinhos e perguntei para a esposa se quando ela contava carneirinhos, eles também pulavam cercas e ela disse que na contagem dela não tinha cercas. Achei esquisito pois sempre os meus pulam uma cerquinha branca, baixinha e eles pulam tranquilamente.
Não sei se todos tem alguma outra visão de carneirinhos, mas os meus pulam as cercas e é sempre a mesma visão, são imutáveis. Tentem imaginar uma cerca olhada de lado, o bichinho vem praticamente voando e passa por cima da cerca e desce do outro lado dela.
Com esta magnifica visão, comecei a contar o raio dos carneirinhos e nada do sono vir. Comecei a me irritar com os carneirinhos e eles revidaram, começaram a não pular a cerca e paravam no ar, no meio do caminho e com isso, fiquei prejudicado na contagem porque eles não queriam ultrapassar a cerca.
Já estava em 63 e os infelizes dos carneirinhos não queriam passar a cerca, tentei empurrar alguns mas não conseguia, a contagem emperrava. Como não dormia e eles não estavam redendo, coloquei asas no bicho para ver se iam adiante e não foram. Coloquei turbina nas laterais dele e nada de passar a cerca.
No meio dessa história toda, ainda estava pensando se outras pessoas que estavam na cama, contavam carneiros e como seriam as imagens que cada um criava para contar o raio dos carneiros. É cheguei a conclusão que cada um tem o seu carneiro. Eles podem estar num pasto e voce olhar do alto e fazer a sua contagem. Voce pode estar embaixo e ir passando por um montão de carneiros e fazer sua contagem, cada um conta do seu jeito, o importante é pegar no sono. Mas no meu caso não estava dando certo. A única certeza que tinha e somente ontem percebi é que a cena de contagem dos carneiros, para mim sempre foi a mesma.
Como os malditos carneiros não queriam ultrapassar a cerca, resolvi montar uma fábrica de lá e então passei a raspar seus pelos e começou a dar certo, quando a fábrica começos a funcionar eu simplesmente adormeci e acordeu na segunda feira, sem carneiros e sem lã, era hora de levantar e trabalhar.
Conte como são os seus carneiros estou curioso em saber.
O Expresso Noturno já tem uma fábrica de blusas e veio em bom tempo pois o frio é grande.
