As vezes as reflexões ajudam a entender os aspectos históricos da humanidade. Apesar de se ter conhecimento histórico e literário sobre a escravidão, não há dúvida que o sofrimento dos negros imperava nos tempos da escravidão. Aliás este é outro triste episódio da humanidade. Assim como a escravidão, não menos cruel foram os nefastos anos de perseguição aos judeus e demais seres que sofreram com a segunda guerra mundial. O homem, em certos momentos da história, se mostra um verdadeiro ser teratológico, ou seja, uma monstruosidade imensa.
Observando dados históricos, é oportuno traçar alguns paralelos para buscar alguns entendimentos sobre a atualidade e perceber se o que já se viveu não está por se repetir ou simplesmente ver outros acontecimentos que se tornam configurações variantes daquilo que outrora foi vivido por outras pessoas e que não se deve repetir jamais.
Como a história pode se repetir, mas com outra roupagem, os paralelos as vezes parece fazer sentido, mesmo que seja algo muito distante dos fatos passados.
Refletindo um pouco, sabemos que anos atrás, para se viver, não havia tanta complexidade para uma subsistência simples e digna. Viver era mais simples.
Aliás, para se viver, um pouco de arroz, feijão e um ovo frito, bastava para satisfazer a fome. Quando criança, isto bastava para se ter energia o dia inteiro para jogar bola na rua, correr e fazer muitas atividades que hoje rarearam, frente ao "progresso". Para quem viveu na década de 70 em São Paulo, lembra-se que muitas ruas eram de terra, razão pela qual, aquelas gerações tinham como quintal, as ruas da redondeza onde moravam. Não tenham dúvida, era excepcional viver em São Paulo naquela época. O leite era comprado em garrafas de vidro, jamais havia ouvido falar em caixinha de leite ou saquinho plástico de leite. Muitos mantimentos eram comprados a granel, por quilo. Os doces se resumiam a paçoca Amor, suspiro branco e rosa, tabletes de gibi, feitos a base de amendoim ou doce de leite. As bebidas em festinha não eram coca-cola, sprite e outras, eram os Qsucos e quando o aniversariante era mais abastado, havia a tubaina.
A vida foi passando e o progresso chegando, trazendo consigo, uma série de coisas úteis, novidades, guloseimas mais interessantes, mas também, trouxe a violência, o asfalto, as luzes nas ruas, o metrô, entre inúmeras outras coisas que aparentemente eram bens relevantes e atrativos. No entanto, quanto isso custou para as pessoas? As crianças de hoje em dia, muitas delas, limitam-se a apreciar um jogo de video game ou a internet ou mesmo sem as posses necessárias para se ter tais condições, ficam confinados em prédios de condomínio, sem amigos, sem acesso as brincadeiras que a infância pode proporcionar. A própria criatividade das crianças, ao que parece, vem sendo reduzida, pois o mundo moderno já tem tudo pronto. De certo modo há muitas coisas interessantes no mundo moderno, mas, uma infância mais rica em brincadeiras, vem se limitando as que ocorrem nas escolas.
Isto reflete um mundo moderno antagônico, pois antes não necessitávamos de tantas coisas, enquanto hoje, temos ao alcance infinitas coisas, mas não conseguimos tê-las ou se a temos, não conseguimos usufruir delas em sua plenitude. O tempo ficou raro, pois a rotina moderna consome praticamente o dia inteiro, sem perceber o quanto perdemos. O contexto moderno vem se tornando muito cruel conosco. Antes se trabalhava para morar e comer. Hoje trabalhamos para se ter tantas coisas (muitas vezes inúteis) ou simplesmente usufruir de certas coisas que a sociedade ou o contexto exigem, mas que no fundo não levam a lugar algum.
O mundo moderno substituiu a vela que iluminava, pela energia elétrica e a lâmpada, mas você é obrigado a pagar pelo serviço, sem qualquer outra opção alternativa. Antes não se tinha telefone. Com o passar dos anos, o telefone se tornou acessível e muita gente comprou-o, obviamente arcando com o custo da compra e do serviço prestado pela operadora. Um pouco mais adiante vieram os celulares, que acabaram por democratizar a comunicação telefônica, mas há o seu custo implícito. Antes não havia TV e um belo dia ela chegou. Novidade maior não poderia acontecer, já que o único meio era o rádio e o jornal. Enquanto havia apenas a TV aberta, estava bom, mas inventaram a TV a cabo e toca buscar meios para obter uma assinatura. Da-lhe custo. Mais adiante veio a internet, que invenção fantástica, pois ela ultrapassou os limites do conhecimento humano e se sobrepõe à chegada da TV, mas, como nada é de graça, antes de falar em internet, você precisou adquirir um computador e em seguida, um provedor e posteriormente utilizar a internet. Dá-lhe custo. Sem se alongar, obviamente que os exemplos são apenas ilustrativos, já que a vida moderna tem milhões de bens úteis ao ser humano, conforto e satisfação, que para citá-los, não haveria memória que pudesse alcançar esta infinidade de coisas.
Certo é que viver hoje em dia, está custando muito para o ser humano. Muitos sequer têm condições de ter o básico para sua subsistência, mas os carnets de prestações são inúmeros.
Enfim, o paralelo consiste na percepção de quanto somos escravizados pelo dinheiro. Hoje as contas mínimas, sem qualquer luxo, demandam um esforço tremendo para mantê-las em dia. O que dirá quem possui todas as coisas que o mundo moderno dispõe para elas. Será que os brasileiros e o próprio mundo não está conduzindo as pessoas para um novo formato de escravidão? Será que estamos conseguindo enxergar os efeitos desta vida moderna e para onde ela nos levará? Basta ver os efeitos da natureza e suas manifestações mais recentes, para percebermos que algo no mundo não anda muito bem. Grande parte da humanidade vem destruindo o planeta, vem poluindo suas águas, desmatando as florestas e dizimando os animais. Para onde a modernidade nos trouxe? Para onde ela nos levará?
Estas são apenas reflexões, pois as contas não param de chegar. Será que devemos voltar para o tempo da vela ou com o passar dos anos o mundo convidará o homem a voltar às suas origens? Espero que não.
Reflita, observe o mundo a sua volta, vale a pena e não pagamos nada por isso. Deus está acima de tudo isto e nós precisamos mais Dele do que o dinheiro. Não se vive sem Ele, mas estão "enaltecendo" em demasia a fúria financeira.
Que Deus nos proteja e nos ilumine.
O EXPRESSO passou rapidinho hoje.
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